Quando um órfico trespassa a soleira,
A lira vã recostada à esperança finda,Silenciados já os olhos de despedida,
Há um ermo entre as colunas do sombrio.
Mas um centauro atravessou a soleilra.
Esmagando o fardo do inerte acima,
Chamou pelo nome da noite pressentida
E sobre o rio, havia-lhe olhos de menino.
Quando o menino atravessou a soleira
Tinha olhos de inquietude apagados
E a boca travestida de aurora.
Mas, grisalhos sobre a têmpora, o tempo
Não lhe fora igual igualmente pago
Com a virtude dos homens.
Quando era menino...
O menino atravessou a porta ensolarada,
Coberto de noite, porém lunático,
Tempestades adentro cultivara
Quão ermo o céu acolhe os infortúnios.
O menino atravessou empoeirado
A soleira desgarrada da infância,
Tocou as mãos de uma mulher e seu ventre,
E chamou por seu corpo marcado.
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