/> Πρωτεύς: Através do deserto II

28 de janeiro de 2010

Através do deserto II

Ouço tua voz e ouço
O silêncio entre palavra e outra,
O inaudito da partida, definitivo
Talvez... sempre o temor do sonho,
O amanhecer das contradições mínimas.
Que se demore a noite não durmo, mudo;
Mudo e permaneço eu comigo e tudo muda
— O reflexo, ainda sou mas qual distinto,
Qual meio-morto e renascido.
É o inefável... se ele existe,
Se ele deve existir — é o inefável.
A tempestade que, sobre o desfiladeiro marinho,
Avança por sobre todo sobreolhar átono;
O infinito silêncio dos espaços celestes;
O mistério de Tudo, de Deus e do Nada
Jamais conseguiriam conceber plenamente
O instante completo de tua voz,
Porque são o sublime do que não somos.
Envolver-se, porém, no próprio ser pleno
E esvaziar-se completamente no que restou de noite
É o que não concebo em palavras
Senão como um signo distante,
Um sinal ou rastro do que fomos.

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