"Um creux toujours futur" (Valéry)
Aquém do riacho onde as sombrasPurificam-se do que foi existência
Resta a palavra e, através da palavra,
O verso... avesso de sentido:
Desejo do que não houve ainda na infância,
Reunidas as mãos sobre a cama,
Olhos a penetrar nos olhos,
Pernas encruzilhadas...
Foi quando em teu ouvido
Derramei demônios;
Foi quando desmanchou-se a torre,
Farsa metálica-translúcida da verdade,
Na confusão da palavra úmida.
É o silencio do sineiro, porém,
O que não houve ainda,
O que não se ouve dos dentes,
O que não verte do passado, mas
De um cântaro sempre-depois.
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