/> Πρωτεύς: julho 2011

30 de julho de 2011

CENSURA

Fiquei sabendo apenas hoje que um filme sérvio chamado A Serbian Film - Terror Sem Limites foi censurado no Rio de Janeiro pela Justiça.

Segundo o site Cineclick, a censura se deve a um má interpretação do conteúdo da película já que:

"Miklos, o protagonista, entra numa espiral de loucura ao se perceber vítima de uma manipulação sádica que desafia os limites da humanidade. É este o cerne do longa: questionar, dentro do gênero terror, qual é o limite da depravação, especialmente numa Sérvia que presenciou atrocidades – reais, não cinematográficas – nas últimas décadas"

Não assisti o filme e, sinceramente, não pretendo fazê-lo. Qualquer que seja o conteúdo da produção, contudo, é minha posição de que as artes não podem ser censuradas. Que critérios presidiram à censura ou, como os jurístas progressistas gostam de chamar "tutela" do Estado sobre a apreciação artística de pessoas adultas? É uma pergunta retórica, entenda-se. Não há nada que justifique a censura, pois desde que se admita qualquer critério, haveremos de admitir outros.

Fica o alerta para a comunidade de artistas e intelectuais brasileiros: a censura está de volta! Desta vez, sob a eufemística tutela da "dignidade".

28 de julho de 2011

Rome - Querkraft

Ler o noticiário se transformou, ultimamente, numa incursão a terra do desconhecido, informe e aterrado absurdo, tal como o próprio Camus não o teria imaginado. Há muito tempo, os loucos desciam as águas turvas do esquecimento, hoje são eles a ficar nas margens enquanto seguimos o destino que outrora lhes
reservávamos.

Sobrevivemos, ao século XX, ao custo de algo mais do que a fonte de nossa crença.

Alimentamos uma permanente suspeita de tudo que existe; de todos que são homens, se sendo homens, são capazes de coisas humanas. Por isso tenho ouvido essa canção do Rome que fala sobre a matéria sutíl que preenche nossas vidas nestes tantos últimos anos: a indiferença.

Espero que me perdõem os que ainda cultivam muitas paixões, mas muitos de nós sabemos que "all passion spent..."




All passion spent
We stay deaf to everything
All lost shame
All words of peace have died away
Both on our lips and in our hearts
All passion spent...now.

["Das Gegenteil von Kunst...
Das Gegenteil von Kultur...
Das Gegenteil von Stolz...
Das Gegenteil von Liebe...
...ist die Gleichgültigkeit."]

So go on and fail me
Come on and break me for good
'Cause sometimes we feel alive
Why don't you fail me?
Go on and break me once more
Let's combine in the dance of war

Either left to rot in indifference
Or left to drown in despair
You shall turn 'round
And you shall die from this life
And be reborn to mine...now.

So go on and fail me
Come on and break me for good
'Cause sometimes we feel alive
Why don't you fail me?
Go on and break me once more
Let's combine in the dance of war

["Sono l'oblio e il ricordo
sono il pugnale e la lama
sono il midollo
sono nero
sono bianco
sono l'indifferenza
sono il lutto
sono il velo
sono la nebbia
...e io sono la morte."]

Go on and fail me
Come on and break me once more
'Cause sometimes we come alive
To be more than uninvolved
And all so cold and cruel
But most of all so ugly and imprecise

Oh, I felt like I was going to dive
Into a cruel sea of lust when
She said: "Saviours, they come and go."

Oh, I felt like I was going to dive
Into a cruel sea of lust when
She said: "Saviours, they come and go."

So why don't you fail me?
Come on and break me for good
'Cause sometimes we feel alive
Why don't you fail me?
Go on and break me once more
Let's combine in the dance of war

***

PS: Agradeço, mesmo sem saber a quem, à simpática pessoa que traduziu, legendou e disponibilizou o video no Youtube. Os fãs do neofolk em Terra de Santa Cruz agradecem.

23 de julho de 2011

Fim da comédia para Amy Winehouse

Plaudite, amici, comedia finita est!

Creio que ninguém se surpreendeu hoje ao saber da morte de Amy Winehouse.

27 anos apenas...

Tal como Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jimi Morrison...

Shopenhauer disse certa vez que a hipocrisia é o tributo que o vício paga á virtude. Pois bem, outra vez ela será muito bem paga em infindáveis notíciários, análises e comentários sobre a estupidez das atitudes que secretamente adoramos. Louvaram a cantora e sua bela voz e depreciaram o modo como a moça jogou uma vida e uma carreira promissoras fora. Nada de novo no front!

A comédia continua, amici...






5 de julho de 2011

“Um dia subirei ao céu...”

Ilustração de Gustave Doré para o Paradise Lost de Milton
E eu que nunca fiz planos,
Que sou avesso a todos os planos
Concebi um plano: tomar essa luz.
Para que nunca mais houvesse sombra,
Não fosse o mundo uma acinzentada tarde,
Não fosse cada ser um espectro impalpável,
Mas que cada coisa tivesse uma viva cor,
Uma forma, uma matéria, uma vida e um corpo.

Sim, um dia subirei ao céu que arruinei,
Mas não para lá ficar, sobre o trono,
Não para sentar-me acima das estrelas,
Mas para colher a pureza nascente:
Perder este mundo e ganhar uma vida.