/> Πρωτεύς: maio 2011

18 de maio de 2011

Des-ilusão

Goya. El sueno de la razon produce monstruos. 1897-98
Eu...
Que acreditei ser de tudo feito,
— De tudo o feito, per-feito —
Vi ao redor e si brotar os terrenos:
Era o centro e não mais?

Descreio,
Caio:
Sombra por sobre a madrugada
Apagando-se;
Estrela da manhã, sobre a manhã
Apagando-me.

Não brotaram rosas por meus olhos;
Brotaram sim, mas assim: sem porquê.

14 de maio de 2011

Rilke - Du bist die Zukunft, großes Morgenrot


Monet. Soleil Levant. 1872
Du bist die Zukunft, großes Morgenrot
über den Ebenen der Ewigkeit.
Du bist der Hahnschrei nach der Nacht der Zeit,
der Tau, die Morgenmette und die Maid,
der fremde Mann, die Mutter und der Tod.

Du bist die sich verwandelnde Gestalt,
die immer einsam aus dem Schicksal ragt,
die unbejubelt bleibt und unbeklagt
und unbeschrieben wie ein wilder Wald.

Du bist der Dinge tiefer Inbegriff,
der seines Wesens letztes Wort verschweigt
und sich den Andern immer anders zeigt:
dem Schiff als Küste und dem Land als Schiff.

4 de maio de 2011

Necrológio

Rembrandt. Saskia na cama. 1638
Escrevo porque ainda não é a noite.
Não é à noite que escrevo.
Não escrevo à noite, ainda.

Dia virá coberto
E também eu
De silêncio.

Mas escrevo ainda.
Escrevo porque ainda é noite
Ainda à noite,
À noite ainda escrevo,
Porque noite, tremor e medo;
Suor, sombras e calafrios
São a noite ainda viva
E eu ainda vivo.

Escrevo...
A tudo que não seja a morte
Ainda.