Ariana,
Se as revoluções do astro
Oblíquo cuja espiral arrasta
A dança dos ciganos,
Armas de um lunático
E a solidão de um camponês exausto
O permitissem,
Àquele outono tornaria,
Ao verso, ao braço, ao berço
Da lembrança,
Ao lábio:
De um sempre desassossego.
E quem não seríamos, Ariana?
Esquecidos e errantes; Amigos
Das manhãs e do pôr-do-sol.
Ariana...
Ariana...
Ariana...
Se a terceira margem
Do rio era o leito; sua água
Reflexo dos olhos de Orfeu;
Era lembrança, o teu nome,
E canção de despedida.
Ariana,
Se o rastro da espiral oblíqua
Do astro obstinado que arrasta,
A dança de um lunático,
A fúria do camponês exausto,
E a solidão de um cigano
Errando através dum reino
Estrangeiro, lembrasse a estória
Dos encontros e desencontros;
Ali, descendo a carruagem negra,
Virias chamar meu nome
E eu:
Ariana...
Ariana...
Ariana...
Um comentário :
lindo...
Postar um comentário