Minhas certezas ficaram em nós que desatam,
Entre o corpo de uma quimera morta
E a imagem de uma esfinge desconhecida;
Neste canteiro, fincadas, que abandonei,
Crescendo raízes até o mais profundo.
Agora me vens e me dizes: “vens”;
Agora vens e me invades e me confundes
E nos confundimos um com o outro.
Terça parte de minha aceita: “é real”;
Terça parte recusa: “somente engano”;
Enfim, entende terça parte de mim:
“Que importa. Não perguntes, nada saibas;
Aceita porque tens dias que se esgotam,
Grisalhos sobre os olhos e desertos adentro.
Que importa a certeza quando tudo mais é incerto?
Queres a certeza da morte,
Mas a morte é certa por nada ser
E nada ser é virtude que te assombra.
Tudo mais, efêmero que seja ou que não seja,
Permanece os belos possíveis que se realizarão
— Ou que não se realizem e, inocentes, morram.”
“Nós” — filhos do acaso; “Nós”, efêmero entardecer.
Despertamos e duvidamos de nós mesmos;
Esfregamos os olhos e esquecemos os mundos
Que, ligeiros, convenceram-nos como quaisquer outros:
“Eram sonhos e nada mais” — E erramos
— E erramos por desertos e montanhas sem descanso.
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