Não há muitos destinos. Primeiro vieram os poetas dizer dos destinos humanos quais foram: Aquiles, Odisseu, Édipo — somente os que interessam aqui, aqueles em que é prevalente o jogo de luz e sombra no qual se desenha a fisionomia da face humana. Aquiles é o destino humano enquanto superação do homem, transfiguração precária da vitória dos imortais sobre o Tempo. Aquiles é um prolongamento do mundo dos deuses: filho de Tétis por um acordo entre Primeiro Criminoso e o senhor dos deuses, que a este livrou do infeliz casamento, sua ruína. O mundo dos homens começa aí, onde o mundo dos deuses, agora livre do fado parricida, termina. Quando Aquiles, recusando o aviso materno, parte para vingar em Heitor o sangue do amante, Zeus pesa a sorte dos heróis; quando, já sabendo, parte para morrer sob as flechas de Páris, mortais e imortais se encontram de pleno acordo.
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