τότε γὰρ αὺτής πρω̃τον τη̃ς κυκλήσεως η̃̉ρχεν έπιμου̉μενος
ό̉λης ό θεὸς ὼς νύν κατὰ τόπους ταύτὸν τούτο ύπό θεω̃ν
α̉ρχόντων πάντη τά του̃ κόσμου μέρη διειλημμένα (Platão)
Atravessar desertos,
Areia entre os dedos, olhos enxutos.
A montanha feito colina, assim feita:
Sinal dos tempos, medida dos homens.
Há uma cabana deitada em séculos
Muito antes do viger dos olhos.
Quando lhe atravessa um raio de sol,
Víbora que pela fenda verte o claro,
É o aborrecimento da monotonia do pardo.
Há uma cabana abandonada, um lago triste.
Vive aí um bêbado vulgar em ruínas,
Cujas barbas encobrem um rosto marcado
E carcomas de versos lábios adentro.
Ele corre à noite nu, tropeçando em símiles,
Por sobre as lembranças que, já purgadas,
Escaparam dos olhos e da garganta muda.
Houve um tempo de quietude no mundo, Ariana;
O Céu dizia: “chega!”, a Terra: “basta!”.
Foi quando o orvalho se afastou do ramo,
E o ramo do leito arenoso, à despedida.
Foi quando deitou o bêbado sobre o pasto.
Houve, então, canções que não serão ouvidas.
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