/> Πρωτεύς: Jocasta

2 de dezembro de 2009

Jocasta

A pureza não tem palavra,
Não... áfona pantomima.
Ditas, as palavras,
Mancham-se na boca,
O gesto enrijece.
Ter olhos como o céu esclarecido
É trazer consigo também o viso da terra,
Os frutos que não se perderam na tempestade.
Mas sob teus olhos
Entreabrem lábios,
Desenha-se o sorriso:
Parece-me contrair o peito.
Creio ter olhos, vê-lo desenhar
O contorno de uma moradia;
Creio ter mãos
E braços e um corpo encarnado:
Creio como nunca mais voltei,
Mesmo sob a terra em guarda.
Porque ter olhos...
Ter mãos e braços,
Encarnar um corpo e apodrecer
São virtudes humanas.

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