Par droit de
conquête et
par droit de naissance
Voltaire
Sou depredador das graças,
Rapinário das estrelas:
Onde florejem as belas,
Eu sou cidadão dali:
Aos meus pés quero o oiro em ondas,
Príncipe eu sou do Levante,
Tenho direito ao diamante,
Tenho-o à esmeralda, ao rubi:
Tenho-o às pérolas algentes,
A luz, ao fogo, às centelhas;
Vivo do mel das abelhas,
Vivo da glória e do amor:
Porque sou eu que em menino
Sofri todas as misérias,
E dos céus chovem etéreas
Bênçãos ao órfão de dor.
E sabereis, meus senhores,
Que é do grande sofrimento
Que se forma o sentimento
A que chamais sedução:
Nada fez, senão divino
Ser, o meigo da piedade,
Qual quem dos céus tem saudade.
– E como o culpar, então?
Eu sou o Americano sem títulos
Que derriba imperadores;
Sou o Guesa, e para amores
Tenho o meu do sol.
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