/> Πρωτεύς: Poesia Menor

19 de abril de 2013

Poesia Menor

Magritte. Jeune fille mangeant un oiseau (Le Plaisir). 1927

Nós os poetas menores,

Os que jamais serão lembrados,
Ou que, desconhecidos de si mesmos,
Têm os olhos silenciosos,
Sentamo-nos ao fundo
Quando um poeta temeroso
Tira as palavras da cartola.

Não, não somos mágicos.
Somos antes palhaços
Entristecidos.

E nosso riso, e nosso escárnio;
Alguma indiferença no aplauso;
Alguma inveja, algum rancor:
Todo os cinismo nosso de cada dia

É o verso dos que não tem verso
É a ode triunfal dos fracassados;
Dos que não querem,
                                   A poesia.
Dos que não podem,
                                   Co'a poesia.
Dos que não devem
                                   Nada à poesia.
                                                                                 
Deuses todos, musas adormecidas!
Quem, nesse tempo férreo e cinza,
Surdo a flores e cactos
Criminosamente insensível
Ao desejo dos sonhos,
Quererá poesia?

Os peixes que preferem sermões
Ou os vermes ansiosos de memórias?

A uns e outros a prosa apetece
E a poesia esnobam.   

Nenhum comentário :