Corot. Orphée remenant Eurtdice des enfers, 1861 |
Fingiremos juntos
Que estamos juntos;
Juntos, um ao outro?
Fingiremos que a imagem é presença
Que a voz é presença
Que a palavra o
é?
Fingiremos que através da máquina
Dos bytes, da voz, da imagem
A palavra carrega ainda um coração?
E por que não?
Se já fingimos antes
Finjamos também agora;
Se fábula daqueles dias
Que da memória se arredam
Fossem mais que a fugaz aventura do desejo
Não teria pudor em tudo desdizer
Tudo contradizer
Tudo cegar
Tudo
esquecer.
Já acreditamos uma vez
Creiamos de novo
Criemos o novo
Finjamos juntos
Fujamos juntos.
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