Edvard Munch. Dispair. 1894 |
E porque amar queremos...
E é porque amar queremos,
Perdidamente,
Que nos esquecemos
dos obstáculos
dos fracassos
das fraquezas
Toda vaga de impossibilidade
Que cerca e arrasta
O paraíso artificial do sonho
À vala comum do remorso.
Ouçam todos que não amaram:
Por querer amar é que nos perdemos.
Por querer amar tudo se perde
Mesmo quando, e sobretudo,
“tudo” é o que não se
têm:
O tempo que se esvai;
Ou a imagem da lua
- astro frio e morto -;
A vontade de permanecer o mesmo,
De ser homem absorto na vida,
Jogado ao pó e à piedade,
Mortal entre os mortais:
Um louco a guiar a nau dos tolos.
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