A poesia deve ser compreendida como uso extraordinário de uma certa linguagem que apela para o fundamento primeiro da expressão linguística: a criação. Cada linguagem cria um mundo paralelo e o próprio mundo da percepção ao qual julgamos comumente "real" é um entre os muitos mundos possíveis. Como bem compreendeu Nietzsche, o mundo humano é uma ficção, cujo caráter não-intencional e necessário em função da Vida, facilmente deixa-se enrredar na mitologia da verdade. Na construção desse mundo, coube a linguagem aperfeiçoar e, por vezes, hipostasiar as categorias ficcionais com as quais o ser humano moldou seu mundo. Do outro lado, cabe ao uso extraordinário da linguagem revelar a ficção como ficção, amparar a multiplicidade em face da coersitiva ilusão do Ser e do Mesmo.
Um comentário :
Como tentar explicar a arte sem sentir o que sente o artista?
Muito bacana o uso que faz desse espaço.
Abração do amigo "Calcanhar" aqui.
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