“La difficulté, c'est que l'écrivain n'est pas seulement plusieurs en un seul, mais que chaque moment de lui-même nie tous les autres, exige tout pour soi seul et ne, supporte ni conciliation ni compromis. L'écrivain doit en même temps répondre à plusieurs commandements absolus et absolument différents, et sa moralité est faite de ta rencontre et de l'opposition de règles implacablement hostiles.
L'une lui dit Tu n'écriras pas, tu resteras néant, tu garderas le silence, tu ignoreras les mots.
L'autre Ne connais que les mots.
- Écris pour ne rien dire.
- Écris pour dire quelque chose.
- Pas d'oeuvre, mais l'expérience de toi-même, la connaissance
de ce qui t' est inconnu.
- Une oeuvre! Une ouvre réelle, recconue par les autres et important aux autres.
- Efface le lecteur.
- Efface-toi devant le lecteur.
- Écris pour être vrai.
- Écris pour la vérité.
- Alors, sois mensonge, car écrire en vue de la vérité, c'est écrire ce qui n'est pas encore vrai et peut-être ne le sera jamais.
- N'importe, écris pour agir.
- Écris, toi qui as peur d'agir.
- Laisse en toi la liberté parler.
- Oh! en toi, ne laisse pas la liberté devenir mot.” (Maurice Blanchot. La Littérature et le droit a la mort)[1]
[1] "A dificuldade reside no fato de o escritor não ser apenas vários num só; cada momento dele mesmo nega todos os outros, exige tudo para si e não suporta conciliação nem compromisso. O escritor deve ao mesmo tempo responder a várias ordens absolutas e absolutamente diferentes, e sua moralidade é feita do choque e da oposição de regras implacavelmente hostis.
Uma voz lhe diz: Voce não escreverá, permanecerá nada, manterá o silêncio, ignorará as palavras.
A outra: Só conheça as palavras.
- Escreva para não dizer nada.
- Escreva para dizer alguma coisa.
- Nada de obra, mas a experiência de voce mesmo, o conhecimento do que lhe é desconhecido.
- Uma obra! Uma obra real, reconhecida pelos outros e importando aos outros.
- Apague o leitor.
- Apague-se diante do leitor.
- Escreva para ser verdadeiro.
- Escreva pela verdade.
- Então, seja mentira, pois escrever em vista da verdade é escrever o que ainda não é verdadeiro e talvez não o seja nunca.
- Não importa, escreva para agir.
- Escreva, voce que tem medo de agir.
- Deixe em voce a liberdade falar.
- Oh! em voce, não deixe a liberdade tornar-se palavra." (Maurice Blanchot. A literatura e o direito à morte)
Nenhum comentário :
Postar um comentário