Litogravura de Manet para The Raven de Poe (1875) |
O pássaro negro tornou aninhar-se no cadafalso.
Vigia, manhãs por vir, da justiça inalcançável,
O derradeiro lastro sobre a árvore do enforcado.
É também quando as nuvens dobram
E o cancioneiro do repouso, sobre a pedra, entoa
A balada dos esquecidos anos,
Ou quando o teto de metal da capela
Atravessa as tardes nubladas de verão
Que a preguiçosa maré encontra tua ilha, Circe.
Enquanto o céu atravessa a espiral do sonho
Alguma carne fria apodrece no ventre da terra.
O tempo também chega... Ambos somos
Nele, algum escolho que se deita lento.
Não é o tempo que corre e arrasta,
Mas o que se derrama por inteiro
Contra nós, sobre nós, até que o sejamos.