/> Πρωτεύς: Cervantes - Diálogo entre Babieca e Rocinante

2 de junho de 2012

Cervantes - Diálogo entre Babieca e Rocinante




B. Como estais, Rocinante, tão delgado?

R. Porque nunca se come, e se trabalha.

B. Então não tens cevada nem tens palha?

R. Não me deixa meu dono nem bocado.

B. Arre, senhor, que estais mui malcriado:
Contra ele tua língua de asno ralha.

R. Asno se é desde o berço até a mortalha.
Quereis-lo ver? Olhai-o enamorado.

B. É necedade amar?

R.                                Não é prudência

B. Metafísico estais.

R.                                É que não como.

B. Queixai-vos do escudeiro.

R.                                            Não é bastante.
Como me hei de queixar nesta dolência,
Se dono e o escudeiro ou mordomo
São tão rocis como este Rocinante?



Trad. De Carlos Nouugué e José Sánchez para O engenhoso fidalgo D. Quixote de la Mancha.

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