16 de outubro de 2012
Arbor eris certe - Ovídio
"At quoniam coniunx mea non potes esse,
Arbor eris certe” dixit “meã; semper habebunt
Te!coma, te citharae, te nostrae, laure, pharetrae;
Te!ducibus Latiis aderis, cum laeta triumphum
Vox canet et usent longas Capitolia pompas.
Postibus Augustis eadem fidissima custos
Ante fores stabis mediamque tuebere quercum;
Vtque meumin tonsis caput est iuuenale capillis,
Tu quoque perpétuos semper gere frondis honores.
(Metamorfoses I)
12 de setembro de 2012
(Des)enlaços VI
12 de agosto de 2012
Poética XIV
Pensa em todo tipo de poema. Que há em comum que lhes justifique o nome? Que deve ser a poesia para que tudo que assim chamamos – e sabemos ser – seja poesia? Como se pode avaliar uma metáfora onde há metáforas? Como avaliar a forma concreta das palavras, onde sua existência de imagem destaca-se sobre o fundo de um dito insignificante? Como dizer “eis o maior” ou “eis o menor”? – pois importa muito a grandeza das coisas para que possamos nos contentar com o gosto – os bilhões diversos.
Em todo poema há o com que medi-lo: o inusitado. O inusitado da metáfora, da forma, da metafísica; o inusitado mesmo da face ordinária das coisas; o inusitado do óbvio ou do incompreensível, do insondável quando o místico aí se imiscui.
Todo verso para ser grande tem de ter a virtude de só poder existir como verso, trazer em si a fatalidade de sua existência e a impossibilidade de jamais ter existido não fosse o acaso que conjurou o poeta do silêncio que deseja inutilmente.
Pois todo poeta quer o silêncio, o silêncio mais profundo e completo, o silêncio que só pode existir se escreve. Por isso, escreve o poeta, para alcançar o silêncio, para tornar-se homem, e homem somente.
E mesmo a palavra vulgar e a imagem ordinária não poderiam existir senão como verso – descoberta tardia dos que se enojaram da grandeza da forma –, porque existir não é de todo estar no mundo, mas aí estar com a fatalidade de seu reverso, coberto de acaso e rodeado de silêncio – o silêncio que é o desejo do poeta.
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