/> Πρωτεύς

12 de setembro de 2012

(Des)enlaços VI


Rubens. Leda e o Cisne. 1599
Ela diz: “eu te amo”
E ela o ama.

Ele diz: “eu te amo”
E ele a ama.

Ela diz: “eu te amo”,
Ele diz: “eu te amo”,

Ela não o ama mais.

Ela diz: “não te amo”
Ele diz: “eu te amo”

Mas tudo é recordação.

12 de agosto de 2012

Poética XIV




Pensa em todo tipo de poema. Que há em comum que lhes justifique o nome? Que deve ser a poesia para que tudo que assim chamamos – e sabemos ser – seja poesia? Como se pode avaliar uma metáfora onde há metáforas? Como avaliar a forma concreta das palavras, onde sua existência de imagem destaca-se sobre o fundo de um dito insignificante? Como dizer “eis o maior” ou “eis o menor”? – pois importa muito a grandeza das coisas para que possamos nos contentar com o gosto – os bilhões diversos.

Em todo poema há o com que medi-lo: o inusitado. O inusitado da metáfora, da forma, da metafísica; o inusitado mesmo da face ordinária das coisas; o inusitado do óbvio ou do incompreensível, do insondável quando o místico aí se imiscui.

Todo verso para ser grande tem de ter a virtude de só poder existir como verso, trazer em si a fatalidade de sua existência e a impossibilidade de jamais ter existido não fosse o acaso que conjurou o poeta do silêncio que deseja inutilmente.

Pois todo poeta quer o silêncio, o silêncio mais profundo e completo, o silêncio que só pode existir se escreve. Por isso, escreve o poeta, para alcançar o silêncio, para tornar-se homem, e homem somente.

E mesmo a palavra vulgar e a imagem ordinária não poderiam existir senão como verso – descoberta tardia dos que se enojaram da grandeza da forma –, porque existir não é de todo estar no mundo, mas aí estar com a fatalidade de seu reverso, coberto de acaso e rodeado de silêncio – o silêncio que é o desejo do poeta.

9 de julho de 2012

Dead Can Dance - American Dreaming



I need my conscience to keep watch over me
To protect me from myself
So I can wear honesty like a crown on my head
When I walk into the promised land
We've been too long American dreaming
And I think we've all lost the way
Forlorn somnambulistic maniacal in the dark
I'm in love with an American girl
Though she's my best friend
I love her surreptitious smile
That hides the pain within her
And we'll go dancing in the rings of laughter
And live along by the shores
???
Yeah-ee, on the lea the rising wind blows
Fay-hee, on the lea the rising wind blows
How long how long?
??? in the grounds of ??? we've left behind
Turned back by the foot of the doorway
Never lost and found
We've been too long American dreaming
I think we've all lost the heart
??? somnambulistic maniacal in the dark
Yeah-ee, on the lea the rising wind blows
Fay-hee, on the lea the rising wind blows
How long how long?